quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Acompanhe facilmente a blogosfera policial

A discussão que parecia interminável com o Roger no Gtalk, pode chegar ao fim. Depois de acurada pesquisa e argumentação lógica, o Stive tentou solucionar a lide. E é blogosfera! Viu Roger? :D

Acompanhe facilmente a blogosfera policial

Blogosfera Policial - Feed

Você gosta de acompanhar os blogs policiais mas você se perde no meio de tantos blogs? Você não tem tempo para visitar todos eles? Você gostaria de, em um só site, poder ler todos os blogs?

Seus problemas acabaram!

Agora ficou fácil acompanhar todos os blogs policiais. Acesse o site da blogosfera policial e coloque-o em seus favoritos.

Também pode acessar pelo quadrinho “as últimas dos blogs policiais” que fica ali do lado, à esquerda. Toda vez que um blog é atualizado ele aparece ali. Basta clicar em “read more”.

Além dos blogs policiais estão incluídos o Santa Bárbara e Rebouças e o blog de notícias da Renata ASPRA.

Novos blogs policiais – a vez dos praças da PM

Diário do Stive

O Diário do Stive é o mais novo blog policial e já é destaque pelo belo design. Repare nas charges randômicas do topo do site! O autor, Soldado Niedson da PM de Goiás, é fera em edição de imagens e vídeos. No momento está desenvolvendo um interessante sistema de classificação dos blogs policiais. A novidade vai premiar os blogs por critérios de qualidade na navegação, design e conteúdo.

O Diário do Stive é parte do Portal Stive, o recém nascido ponto de encontro de todo profissional de segurança pública. É o portal que mais dá moral aos blogs policiais, mantendo a extensa lista sempre atualizada. Espiando agora a lista dos blogs policiais lá no Portal Stive já notei dois novos blogs: o PM Vida e o Inferno Foi Sua Missão. A tabela Stive de salários das PM do Brasil já é referência na Internet.

Praças da PMERJ

Com a mesma satisfação que anunciei em 2006 o blog O Alvo da Chibata, divulgo agora o Praças da PMERJ. Escrito a seis mãos, pela Mônica, Cláudia e M. Maximus, é um blog de soldados e cabos. Acompanho diariamente. Arrisco dizer que existam outros blogs de praças escondidos por aí. Divulguem seus blogs senhores!

Esposa de praça da PM

Uma grata surpresa! Surgiu neste mês também o Esposa de Praça da PM. A Sílvia Alves, cansada das injustiças, do descaso e do “ódio popular” cometidos contra os policiais militares, em particular contra o seu marido, resolveu desabafar na Internet.

Blogs que (quase) acabaram

Infelizmente muitos blogs quase que ficaram pelo caminho, não fossem adotados pelo Major Wanderby. Só me dei conta disso após ter divulgado a grande lista da blogosfera policial, quando voltei a atualizar o Diário de um PM. O Choque de Cidadania (Capitão Bulhões), o Falando de Polícia (Tenente Teixeira), O Alvo da Chibata (anônimo) e o Justiça Salarial na PM (anônimo) agora são assinados pelo Major Wanderby.

Menção especial

Abordagem Policial

Dos novos blogs que surgiram durante minha quarentena, um merece menção especial. O Abordagem Policial é um blog escrito por cinco cabeças pensantes, futuros Oficiais da Polícia Militar da Bahia, dentre eles o blogueiro veterano Danillo do Café do Dom e o Victor do Blitz Policial. Se existe uma Tropa de Elite[bb] da Blogosfera Policial, com certeza o Abordagem Policial faz parte dela.

Lá você vai encontrar textos muito bem escritos, que variam desde as últimas notícias de segurança pública até aprofundados artigos técnicos e acadêmicos. Quando eu digo bem escrito, é muito bem escrito mesmo, num nível que não vai encontrar em nenhum outro blog policial.

A qualidade indisfarçável do Abordagem Policial começa a ganhar merecido reconhecimento na Internet, inclusive concorrendo ao prêmio iBEST. Parabéns ao alunal!

Década quase perdida



DOSSIÊ VIOLÊNCIA
Luis Flavio Sapori



A sociedade brasileira chega ao fim da primeira década do novo milênio com indicadores de criminalidade ainda muito preocupantes. E, pior do que isso, sem uma definição política clara de como lidar com o problema. A insegurança pública persiste como grave obstáculo à consolidação de nossas instituições democráticas.

O patamar da taxa de homicídios está estabilizado em 26 homicídios por 100 mil habitantes para o país como um todo. Quando analisamos, contudo, as peculiaridades das realidades regionais, identificamos “taxas venezuelanas” (taxa de homicídios superior a 50 homicídios por 100 mil habitantes) em alguns estados. Alagoas alcançou e vem mantendo a liderança do ranking nacional de homicídios desde 2006, com 80 homicídios por 100 mil habitantes, superando Pernambuco e Espírito Santo. Sua capital, Maceió, com população próxima a 1 milhão de habitantes, registrou pelo menos 900 assassinatos ao ano, entre 2006 e 2008. O estado da Bahia, por sua vez, é outra novidade dos últimos anos, apresentando crescimento expressivo das taxas de homicídios, principalmente na Região Metropolitana de Salvador. Merecem menção, ainda, algumas regiões metropolitanas, outrora pacíficas, e que estão sofrendo com a deterioração da ordem pública, quais sejam, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Manaus e Belém.

As evidências disponíveis reforçam o diagnóstico do perfil predominante das vítimas, que não mudou ao longo da década: homens jovens, entre 15 e 25 anos, de cor negra e residentes na periferia social dos grandes e médios centros urbanos. Além disso, sabemos que os conflitos geradores dos assassinatos persistem, em boa medida, relacionados ao tráfico de drogas. Tenho trabalhado com a hipótese, ainda não confirmada empiricamente, de que a disseminação do crack se constitui em poderoso fator de risco da violência na sociedade brasileira. As características do mercado ilícito do crack tendem a potencializar relações conflitivas, em especial entre comerciantes e consumidores, gerando verdadeiras epidemias de violência.

No que se refere às políticas públicas de controle da criminalidade, continua prevalecendo a racionalidade típica do gerenciamento de crises, a despeito de alguns avanços pontuais aos quais farei referência adiante. As secretarias estaduais de segurança pública, bem como as secretarias estaduais de Justiça, persistem gerenciando apenas os problemas imediatos que se lhes manifestam. Planejamentos de médio e longo prazos fundamentados em diagnósticos quantitativos e qualitativos da realidade raramente são formulados. Imaginar mecanismos de monitoramento e avaliação de projetos é “coisa de outro mundo”. A quantidade e a qualidade das equipes técnicas das respectivas secretarias são limitadas, o que explica, em parte, a incapacidade das mesmas de executar em plenitude os recursos financeiros disponibilizados para investimento. Esta, inclusive, tem sido uma justa reclamação da Secretaria Nacional de Segurança Pública junto aos governos estaduais. O dinheiro federal investido na segurança pública vem aumentando desde 2007, contudo, os governos estaduais não conseguem gastá-lo por completo.

O modismo do momento é a presença de delegados federais, da ativa ou aposentados, como secretários de Segurança Pública. Estimativas recentes revelam que em 17 estados brasileiros eles estão ocupando tais cargos. Em momentos anteriores, prevaleceram policiais, procuradores de Justiça, desembargadores e oficiais da reserva do Exército. Subjaz em tais escolhas “técnicas” a suposição de que o secretário de Segurança Pública deve ser um “erudito do direito penal” ou “um operacional” ou mesmo “um mano de piedra”. Não há evidência de que tal supremacia dos delegados federais tenha implicado ganho de qualidade na gestão das políticas estaduais de controle da criminalidade, salvo os casos de Pernambuco e Espírito Santo. Eles têm feito “mais do mesmo”, reafirmando o gerenciamento de crises, infelizmente.

Não é casual, portanto, que a “política do confronto” persista como tática contumaz de publicização da ação governamental no controle do tráfico de drogas em diversos estados. A despeito dos avanços do governo Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro, na implantação do promissor projeto Unidade de Policiamento Pacificador (UPP), a polícia carioca continua matando “às pencas”, alimentando as estatísticas dos “autos de resistência”. E, infelizmente, o governo da Bahia está se espelhando nesse modelo. O número de mortos em confrontos com a polícia aumentou muito este ano em relação aos anos anteriores, principalmente no auge da crise recente da segurança em Salvador, com ônibus queimados, policiais atacados, entre outros fatos.

No que diz respeito ao sistema prisional, também persistem problemas crônicos. Atingimos 450 mil presos que ocupam 330 mil vagas, ou seja, temos um déficit de 120 mil vagas. A superlotação prisional e a baixa qualidade do atendimento jurídico, educacional e laboral ao preso mantiveram-se relativamente intactas ao longo da década. O que há de novo nesse campo resume-se a duas iniciativas: a proliferação das Apacs (Associações de Proteção aos Condenados), o que é muito bom, e a adoção das PPPs (Parcerias Público-Privadas), o que é promissor.

Perspectivas O diagnóstico desalentador da segurança pública na sociedade brasileira, apresentado na seção anterior, não pode ofuscar o reconhecimento de experiências exitosas. São pontuais, é verdade, mas, sinalizam a possibilidade do sucesso em meio ao fracasso. Três estados brasileiros estão implementando políticas consistentes de segurança pública, com resultados concretos em termos de redução dos indicadores de criminalidade. São eles: Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais.

Desde o segundo governo Mário Covas, em fins da década de 1990, até o ano de 2008, pode-se identificar a implementação de um projeto sério para a segurança pública em São Paulo. Aprimoramento do setor de inteligência da Polícia Civil, investimento maciço no Departamento de Homicídios, contratação de novos policiais militares, adoção do sistema de georreferenciamento do crime, melhoria substantiva da estrutura logística das polícias, ampliação corajosa do número de vagas no sistema prisional, estabelecimento de parcerias com entidades da sociedade civil para o desenvolvimento de projetos de prevenção social da violência foram algumas das ações governamentais que geraram projetos que tiveram continuidade de gestão por oito anos. Não é casual, portanto, sob meu ponto de vista, que entre 2001 e 2008 a taxa de homicídios no estado tenha sido reduzida em mais de 65% e a taxa de roubos em mais de 30%.

Os bons resultados da política de segurança pública em Minas Gerais, desde 2003, na gestão do governador Aécio Neves, são reconhecidos nacionalmente. O programa de integração das polícias tornou-se referência para outros estados, como é o caso do Rio de Janeiro de Pernambuco. Os projetos de prevenção social da criminalidade, como o Fica vivo, Mediação de conflitos e Acompanhamento de penas alternativas, por sua vez, são considerados exemplares por organismos internacionais. A questão prisional tem sido abordada de forma corajosa, de modo que duplicou-se o número de presos em seis anos, como também foi possível retirar da Polícia Civil a custódia de quase 10 mil presos, algo impensável há 10 anos. A política de atendimento ao adolescente infrator também merece destaque pela institucionalização de um modelo de aplicação das medidas socioeducativas que não tem equivalente na realidade nacional. Os níveis de criminalidade violenta em Minas Gerais efetivamente foram reduzidos nesse período, não há como negar. Não tenho qualquer constrangimento em afirmar que a experiência mineira deveria se tornar um case a inspirar outros estados que se disponham a melhorar suas condições de segurança pública.

E o estado de Pernambuco teve a humildade de fazê-lo e, não por acaso, está começando a colher os frutos. O governo Eduardo Campos formulou em 2007 a mais abrangente política estadual de segurança pública em vigor no Brasil, denominando-a de Pacto pela vida. São mais de 90 projetos que incluem desde o fortalecimento do Departamento de Investigação de Homicídios, passando por investimentos maciços no sistema prisional e culminando na implementação de audacioso programa de prevenção social da violência. O Pacto pela vida tem sido implementado com competência, incorporando ferramentas sofisticadas de monitoramento de projetos sociais. O governador se envolve pessoalmente em todo o processo de gestão, conforme pude testemunhar recentemente. Depois de longo período de crescimento ininterrupto, o estado de Pernambuco já pode comemorar, com a devida parcimônia, a proeza de ter alcançado, desde o fim de 2008, 10 meses consecutivos de redução da taxa de homicídios. E a sociedade pernambucana está considerando o Pacto pela vida como política de estado e não mais política de governo.

Encerro o artigo reafirmando uma convicção pessoal que tenho defendido Brasil afora: nenhum indicador social é capaz de explicar os elevados patamares de violência que enfrentamos. Não precisamos esperar que o Brasil se torne, algum dia, um país socialmente justo para então usufruir de padrões civilizados de ordem pública. É possível construirmos uma sociedade mais pacífica e menos violenta nos próximos 10 anos. Desde que sejamos capazes de combinar investimento, planejamento, gestão e articulação de ações repressivas e preventivas.

Luis Flavio Sapori é coordenador do curso de ciências sociais e do Centro de Estudos e Pesquisas em Segurança Pública da PUC Minas

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Renato Rovai

Renato Rovai fala sobre a rede de proteção e solidariedade aos blogueiros. Isto é necessário pela perseguição do PIG aos blogueiros. Os caras fazem um discurso inflamado em defesa da liberdade de imprensa e ficam processando todo mundo. Absurdo (mais um).

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Mídia e Violência

Robson Sávio Reis Souza
Coordenador do Núcleo de Direitos Humanos da PUC Minas

O preconceito, a luta pela igualdade racial, as discriminações religiosas e sexuais e tantos outros dilemas sociais geralmente não fazem parte da pauta da grande mídia no Brasil. Já a superexposição na mídia de vários tipos de crimes, associada a preconceitos, sentimentos de vingança e desinformação acerca dos fenômenos da violência, provoca a banalização dos valores humanos. O aumento da criminalidade violenta, nos últimos anos, trouxe para a agenda social as deficiências das políticas de segurança pública – entendida como direito do cidadão e dever do Estado. Outrora, assunto restrito a poucos atores, agora a temática da segurança pública alcança o centro das discussões, numa sociedade aflita e com medo. A mídia, percebendo a importância do momento histórico, e principalmente o poder de vocalização dessa demanda pela classe média, sua maior consumidora, tem aprofundado as discussões sobre a questão, pautando de forma cada vez mais constante a cobertura acerca da violência.

Compreende-se que a cobertura do cotidiano violento das grandes cidades não é tarefa fácil. Por trás de eventos violentos, outras questões estão ocultas e dificilmente podem ser contempladas em cada matéria ou reportagem que envolve a abordagem do tema pela mídia. É evidente a complexidade que envolve o fenômeno da violência. E, por consequência, a dificuldade ou a quase impossibilidade do profissional da comunicação que cobre o factual de abordar todas essas questões na apresentação de cada notícia sobre o tema. Isso sem contar, obviamente, com outras dificuldades de abordagem, como o reduzido espaço ou tempo para apresentar a notícia. Além disso, não podemos nos esquecer da rotina massacrante das redações, que não permite o aperfeiçoamento e o aprendizado contínuo dos profissionais da comunicação.

Em relação à abordagem de determinados temas, há que se exigir responsabilidade e conhecimento. Afinal, a forma e o conteúdo de exposição dos vários tipos de violência pela mídia devem ser questionados. Obviamente, não estamos tratando aqui de qualquer tipo de censura; ao contrário, defendemos uma interlocução cada vez mais consistente entre os profissionais da comunicação, pesquisadores do tema, operadores da segurança pública e a sociedade. A mídia deveria ser o espelho fiel das contradições e conflitos existentes na sociedade. Evidente, portanto, que na sua pauta apareça a questão da segurança pública como uma das principais demandas de discussão da sociedade brasileira na atualidade.

É também fundamental que a divulgação e a apuração das informações acerca de estatísticas criminais sejam rigorosamente avaliadas: quem produz a notícia de levar em conta a subnotificação de vários tipos de ocorrências; os interesses políticos que envolvem a divulgação das notícias; os vieses evidentes em análises feitas por operadores e especialistas. O papel da imprensa na discussão sobre os dilemas da violência é de fundamental importância para o aprimoramento das políticas públicas nessa área. Apesar das eventuais limitações, observamos que muitos profissionais da mídia têm se esforçado numa cobertura responsável da temática, o que contribui, inclusive, para a difusão de programas, metodologias e projetos de prevenção à violência, implementação da cultura da paz, soluções mediadas de conflitos, criação de redes comunitárias solidárias etc. Ou seja, a cobertura do fenômeno da violência pode oferecer aos cidadãos soluções que suplantam o medo, a sensação de impotência e de descrédito das instituições, quando o problema é tratado com responsabilidade e sem sensacionalismo. A mídia pode apresentar práticas viáveis de superação do medo e da impotência, criando condições de mobilização social e comunitária que, efetivamente, são fundamentais para a coesão social e a superação da violência.

Muito além dos crimes que recheiam os noticiários na mídia, outras tantas formas de violência que afrontam cotidianamente os direitos humanos são naturalizadas em nossa sociedade. Nesse âmbito a mídia tem um papel relevante, podendo fomentar uma discussão sobre essa violência generalizada historicamente escamoteada em nossa sociedade: contra crianças, mulheres, negros, homossexuais, entre tantas outras.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Comandante-geral da PM critica blogueiros e twitteiros*




Críticas disparadas em direção a blogueiros e twitteiros marcaram o discurso de Álvaro Garcia (em segundo plano, na foto de Cléber Júnior), comandante-geral da PM em exercício, na posse do tenente-coronel Sérgio Luiz Mendes Afonso (no primeiro plano), que assumiu nesta quinta-feira o 15º Batalhão de Polícia Militar, em Caxias, no lugar do tenente-coronel Roberto Alves de Lima, exonerado do comando no último dia 13 de novembro. Ele caracterizou como "covarde" a atitude de pessoas que criticam a corporação sem se identificar:

- Não vamos nos deixar levar por esses covardes que tentam macular a nossa imagem. Eles ficam atrás de blogs ou Twitters, mas, se fossem corajosos, falariam em público e não por meio de denúncias apócrifas. Não deixeis cair em tentação. Não deixeis vos levar por aqueles que não mereciam estar aqui - criticou Garcia.

O tenente-coronel Roberto Alves de Lima foi transferido para a Direção Geral de Pessoal, a DGP. Sua relação com a cúpula da Secretaria de Segurança foi prejudicada por sua participação em movimentos de reinvidicação por melhores condições de trabalho. Em agosto, ele balançou no cargo, após comparecer a uma passeata por aumento de salário, na orla de Ipanema. O tenente-coronel comentou esses episódios:

- Em 2008, participei de movimentos de reivindicação salarial porque acredito que, nas leis, temos que fazer valer nossos direitos. Somos profissionais de segurança pública. Ninguém sai de casa para vir para cá brincar de ser policial. Fazemos um profícuo trabalho pela sofrida sociedade de Duque de Caxias - defendeu.

*Diferentemente do que foi publicado anteriormente, a crítica aos blogueiros e twitteiros não foi feita pelo tenente-coronel Sérgio Luiz Mendes Afonso, mas sim pelo comandante-geral da PM, Álvaro Garcia. O blog pede desculpas ao coronel pela troca.

PM do Rio está na contramão da liberdade na internet



PM do Rio está na contramão da liberdade na internet.

A PM completou 200 anos em maio, mas parece que continua tentando olhar para um passado sem futuro. No dia em que a blogueira cubana Yoani Sánchez - perseguida pela ditadura de seu país - ganhou o mundo por conseguir uma entrevista exclusiva com o presidente Obama - para seu blog Generacíon Y, o comandante-geral em exercício da PM, coronel Álvaro Garcia, fez um discurso inflamado condenando blogueiros e twitteiros que criticam a Polícia Militar. Um discurso que me lembrou muito aquelas palavras de censura à imprensa e à liberdade da sociedade civil nas ordens do dia dos quartéis, em dias de festa da falecida ditadura militar.

Não acredito que seja uma coincidência os dois episódios ocorrerem no mesmo dia - um envolvendo personalidades na internet e outro no mundo real do 15º BPM, em Caxias, com um oficial do primeiro escalão. O show de jornalismo cidadão que Yoani dá em seu blog - pelo qual já sofreu na pele, ao ser agredida e ameaçada de sequestro por agentes da polícia política cubana - serve também para se situar onde está a cúpula da PM, em pleno século XXI - no atraso.

Como um general de republiqueta, o comandante-geral em exercício, coronel Álvaro Garcia, disse:

- "Não vamos nos deixar levar por esses covardes que tentam macular a nossa imagem. Eles ficam atrás de blogs ou Twitters, mas, se fossem corajosos, falariam em público e não por meio de denúncias apócrifas. Não deixeis cair em tentação. Não deixeis vos levar por aqueles que não mereciam estar aqui."

Embora sem dúvida ocorram exageros e ofensas, as denúncias anônimas da blogosfera e twitosfera policial devem ser levadas em conta pelas corregedorias das polícias. Não se pode atacar denunciantes sem antes verificar a suposta veracidade das denúncias feitas por eles. Um deles, o principal alvo do discurso do coronel, é sem dúvida o twiteiro Boca de Sabão - formado por oficiais e praças da PM, que denunciam irregularidades e corrupção na PM do Rio.

O discurso também teve cheiro de provocação ao tenente-coronel Roberto Alves de Lima, que foi transferido para a Direção Geral de Pessoal, a DGP. Segundo apurou o blog Casos de Polícia e Segurança, do "Extra", a "relação do tenente-coronel Roberto com a cúpula da Secretaria de Segurança foi prejudicada por sua participação em movimentos de reinvidicação por melhores condições de trabalho". Pelo pouco que conheço do coronel Roberto deixo meu testemunho pessoal, de que é um desperdício para a sociedade ter um oficial como esses na geladeira, que é como se chama na prática a DGP.

Apesar de o próprio comandante-geral, em viagem de serviço em Paris, ter sido um dos primeiros a aderir às mídias digitais e garantir que não persegue o Boca de Sabão, usuário do Twitter, o coronel Mário Sérgio tomou uma bola nas costas do subordinado (o coronel Garcia) ou então ainda não conseguiu convencer seus auxiliares de que a internet veio para ficar. A corporação precisa entender que o mundo mudou e aprender a lidar com a liberdade dessa mídia. Uma das formas mais simples e em benefício da sociedade seria abrir inquéritos para se investigar as denúncias feitas pela twitosfera policial. Sem medo de que elas sejam a expressão mais pura da realidade.

(Fonte: Jorge Antônio Barros - O Globo)

BLOG MILITAR LEGAL

BLOG MILITAR LEGAL SUPERA A BARREIRA DAS 8 MIL VISITAS DIÁRIAS,ATINGINDO A MARCA DE 116 VISITANTES ONLINE




CIDADES QUE MAIS VISITARAM O BLOG MILITAR LEGAL ONTEM(03/12/09)
VISITANTES ONLINE




BLOG MILITAR LEGAL SUPERA A MÉDIA DAS 5600 VISITAS DIÁRIAS

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Gilles Deleuze




Biografia

Entre 1944 e 1948, Gilles Deleuze cursou filosofia na Universidade de Paris (Sorbonne), onde encontrou Michel Butor, François Châtelet, Claude Lanzmann, Olivier Revault d’Allonnes e Michel Tournier. Seus professores foram Ferdinand Alquié, Georges Canguilhem, Maurice de Gandillac, Jean Hyppolite.

Concluído o curso em 1948, ele dedica-se à história da filosofia.

Em 1968, Deleuze apresenta como tese de doutoramento Diferença e Repetição (Différence et répétition), orientado por Gandillac, na qual critica o conhecimento via representação mental e a ciência derivada desta forma clássica lógica e representativa; e como tese secundária, Spinoza e o problema da expressão (Spinoza et le problème de l’expression) orientado por Alquié.

No mesmo ano, ele conhece Félix Guattari, e este encontro resulta em uma longa e rica, e considerada por muitos controversa, colaboração. Segundo Deleuze: "meu encontro com Félix Guattari mudou muitas coisas. Félix já tinha um longo passado político e de trabalho psiquiátrico."" Na Universidade de Vincennnes, onde ensinou até 1987, Gilles Deleuze promoveu um número significativo de cursos. Graças a sua esposa, Fanny Deleuze, uma parte importante destas aulas foi transcrita e disponibilizada no sítio de Richard Pinhas (webdeleuze).

Para Deleuze, "a filosofia é criação de conceitos" (O que é a filosofia?), coisa da qual nunca privou-se (máquinas-desejantes, corpo-sem-órgãos, desterritorialização, rizoma, ritornelo etc.), mas também nunca se prendeu a transformá-los em "verdades" a serem reproduzidas. A sua filosofia vai de encontro à psicanálise, nomeadamente a freudiana, que aos seus olhos reduz o desejo ao complexo de édipo (ver O Antiédipo - Capitalismo e Esquizofrenia, escrito com Félix Guattari, a falta de algo. A sua filosofia é considerada como uma filosofia do desejo. Desejo entendido como vontade de potência (aquele que Nietzsche inaugura, como criação de fluxos de vida. Desejo como puro devir. Com a crítica radical do complexo de édipo, Deleuze consagrará uma parte de sua reflexão à esquizofrenia. Segundo ele, o processo esquizofrênico faz experimentar de modo direto as "máquinas-desejantes" e é capaz de criar (e preencher) o "corpo-sem-órgãos". No entanto, é preciso não confundir Deleuze com um "panfletário da loucura", é o de problematizar a organização das lógicas vigentes. Na verdade, seu intuito sempre foi o de explorar as suas potencialidades. Em Mil Platôs, Deleuze e Guattari enfatizam a necessidade de extrema prudência nos processos de experimentação. Deleuze sempre advertiu quanto ao perigo de se tornar um "trapo" através de experimentações que inicialmente poderiam ser positivas: "a queda de um processo molecular em um buraco negro" (Diálogos, p. 167).

Deleuze morreu em 4 de novembro de 1995. A sua morte ainda não está bem esclarecida: é disseminada a versão de que o filósofo francês suicidou-se depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro (tumor) terminal. Mas tal fato não pode ser confirmado. Deleuze sofria de tuberculose desde a juventude (período em que os tratamentos disponíveis não eram eficazes), o que, nos últimos anos de sua vida, acabou evoluindo para uma forma grave de insuficiência respiratória. Amigos próximos advogam que Deleuze caiu acidentalmente, em função de seu estado debilitado, da janela do hospital em que estava internado, outros problematizam a intencionalidade de seu ato.

"São os organismos que morrem, não a vida."
[editar] Filosofia

O trabalho de Deleuze se divide em dois grupos: por um lado, monografias interpretando filósofos modernos (Spinoza, Leibniz, Hume, Kant, Nietzsche, Bergson, Foucault) e por outro, interpretando obras de artistas (Proust, Kafka, Francis Bacon, este último o pintor moderno, não o filósofo renascentista); por outro lado, temas filosóficos ecléticos centrado na produção de conceitos como diferença, sentido, evento, rizoma, etc.

O filósofo do Corpo-sem-Órgãos (figura estética de Antonin Artaud, retomada como conceito filosófico por Deleuze em parceria com Félix Guattari).

Para ele, O ofício do filósofo é inventar conceitos. Assim como Nietzsche cria a personagem-conceito de Zaratustra, Deleuze afirma em L'abécédaire, entrevista dada a Claire Parnet, ter criado com Félix Guattari o conceito de ritornelo - refrão, forma de reterritorialização (povoamento), e desterritorializaçao. Uma filosofia da imanência, dos diagramas, dos acontecimentos.

As principais influências filosóficas terão sido Nietzsche, Henri Bergson e Spinoza.
[editar] Obras

Ano da edição original em francês:

* Hume, sa vie, son oeuvre, avec un exposé de sa philosophie (avec André Cresson) (1953)
* Empirismo e Subjetividade (1953)
* Instincts et Institutions (1955)
* Nietzsche e a Filosofia (1962)
* A Filosofia Crítica de Kant (1963)
* Proust e os Signos (1964)
* Nietzsche (1965)
* O Bergsonismo (1966)
* Apresentação de Sacher-Masoch (1967)
* Spinoza e o problema da Expressão (1968)
* Diferença e Repetição (1968)
* Lógica do Sentido (1969)
* Spinoza: Filosofia Prática (1970) (reedição aumentada, (1981))
* Francis Bacon: Lógica da sensação (1981)
* Cinema-1: A Imagem-movimento (1983)
* Cinema-2: A Imagem-tempo (1985)
* Foucault (1986)
* Pericles e Verdi (1988)
* A Dobra (1988)
* Conversações (1990)
* L'Epuisé (Posfácio a Samuel Becket) (1992)
* Crítica e Clínica (1993)

Com Félix Guattari:

* O Anti-Édipo (1972)
* Kafka. Por uma literatura menor (1975)
* Mil Platôs (1980)
* O que é a filosofía? (1991)

Com Claire Parnet:

* Dialogues (1977)

Com Carmelo Bene:

* Superpositions (1979)

Blog do Wanderby

Muito Legal a o post do Wanderby.
É muito significativo (viu Karina?)

Cálice (Gilberto Gil/Chico Buarque)



Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue



Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta



Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa



De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade



Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça



Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue



Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta



Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa



De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade



Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça